Debaixo do Céu
Nicholas Oulman
Características Técnicas:
PORTUGAL | 2018 | 75' | P&B | 16:9 | 2.39:1 ANAMÓRFICO | INGLÊS E ESPANHOL | LEGENDADO EM PORTUGUÊS

© Ukbar Filmes, Utopica Cine, Paulo e Sousa, Nicholas Oulman, MVR Produções, 2018 | (P) Midas Filmes, 2019 | Registo n.º 151/2019 | M/12

Editado: 05-2019
preÇo: 5 euros
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Nicholas Oulman é de origem judaica e em Debaixo do Céu dá voz a vários sobreviventes (hoje com cerca de oitenta anos), que aquando da ascensão de Hitler e da perseguição aos judeus, lograram deixar Berlim e rumaram a Sul. Para estes refugiados, Portugal foi um porto seguro, um porto de esperança a caminho de um recomeço, enquanto circulavam notícias do horror dos campos de concentração.

Debaixo do Céu é composto inteiramente por imagens de arquivo, que ilustram os testemunhos e são imagens preciosas para compreender um período negro da História. 

Com esta estreia, assinalamos os 80 anos sobre o início da II Guerra e o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (que se celebra a 27 de Janeiro).


Houve judeus que, antevendo os maus tempos que se avizinhavam, deixaram Berlim em 1933, enquanto outros, não acreditando que a situação política se deteriorasse, ali permaneceram até ser tarde demais.

Hitler desenvolve rapidamente uma ideologia anti semita e em simultâneo a indústria bélica. Invade grande parte da Europa e estende a perseguição aos judeus nos territórios que ocupa. Com a tomada de França em 1940 cai um bastião da liberdade.
Três milhões de refugiados rumam a sul. Nenhum judeu estava a salvo. Como conseguiram sobreviver? Em que circunstâncias? Que viagem foram obrigados a fazer? 
Mais de cem mil destes judeus tiveram uma coisa em comum: a sua passagem por Portugal onde viveram em zonas de residência fixa.
Portugal, um país conservador, sob a ditadura de Salazar, acolheu então uma grande população de Judeus refugiados, o que causou grande impacto social no país. 
A partir de 1942 começaram a circular rumores de histórias de horror sobre os campos de concentração de Hitler, onde o homicídio em massa de judeus acontecia.
Portugal foi apenas um lugar temporário para os judeus que lutavam para recomeçar as suas vidas com tudo o que isso implicava: vistos para novas terras, meios de transporte, dinheiro, sobrevivência...
Portugal foi um enorme porto de esperança.
Neste documentário, tratamos a realidade que se expõe acima utilizando o ponto de vista de um conjunto de protagonistas que intervirão no filme nos dias de hoje e nos levarão ao que presenciaram e viveram quando eram uns crianças e outros adolescentes. 

Nota de Produção e Realização
A memória é determinante para a construção do futuro. 
É o grande e melhor instrumento que nos pode ajudar no desenvolvimento de uma civilização que sirva cada vez mais o bem estar do indivíduo e do colectivo nas nossas sociedades.
Nos dias de hoje a vida corre vertiginosamente. O tempo que nos sobra é escasso e insuficiente para que nos possamos debruçar sobre muito do que é importante para nós e para os outros e nisso podermos reflectir.
Conhecemos os factos da História contemporânea da humanidade mas quase sempre de forma superficial e no quadro de uma formação genérica que fica aquém dos sentimentos e emoções com que nos identificamos no nosso quotidiano.
Sobre o tema de "Debaixo do Céu" - a perseguição de judeus pelo regime nazi antes e durante a 2ª Guerra Mundial - muitos filmes foram feitos. 
Quisemos fazer algo diferente ao abordar essa época negra da nossa História. E fazer diferente no que respeita ao que sobre isso se dissesse e no como mostrar em imagens a realidade do que fosse dito. 
A ideia de partirmos da experiência de vida de cada interveniente, das suas histórias muitas vezes aparentemente banais, das reflexões que encerram passados estes tantos anos e que compõem as pequenas grandes coisas que marcam a existência, pareceu-nos o melhor caminho. 
Ao nível da imagem não quisemos utilizar o já visto vezes sem conta. Quisemos evitar o fácil e o óbvio. Quisemos escolher visualmente o que melhor se relacionasse com o que fosse dito, mesmo que indirectamente, e pudesse criar situações de identificação com o espectador deixando nele fluir o seu imaginário, os seus sentimentos e as suas emoções. 
Ao nível do som quisemos compôr para esse universo criando uma montagem que permitisse perceber a intensidade dramática do que se dizia, o valor do que se perdera, a profundidade do que parecia ser apenas simples e também a esperança de que apesar de tudo é possível sermos melhores. 
E foi com base nestes três factores que construímos o filme proporcionando ao espectador um livre relacionamento com a obra, possibilitando-lhe ser ele próprio o viajante de cada uma dessas viagens que os intervenientes fizeram nessa perturbante fuga da barbárie nazi, das trevas e dos campos de morte. Quisemos abrir assim o terreno para o conhecimento, a identificação, a reflexão e a rejeição de tudo aquilo poder acontecer de novo.
Porque tudo o que nos é dado ouvir, ver e sentir se passou aqui, nos mesmos lugares onde hoje vivemos e os nossos filhos, netos e bisnetos viverão também, debaixo desse mesmo céu. 
Estreia: 24-01-2019
festivais
IndieLisboa
com
intervenientes Eva Arond, Lolita Goldstein, Fred Manasse, Pedro Kalb, Ginette Horowitz, Sylvain Bromberger, Henny Porter
ficha tÉcnica
realizado por Nicholas Oulman
escrito por Nicholas Oulman, Beth Calabro Oulman
captação de testemunhos Jaime Barros, João Pedro Plácido, Mariana Delgado
som Jaime Barros, Mariana Delgado, Ricardo Ganhão
montagem Inês Henriques
música original Diogo Cerejo
produzido por Pablo Iraola, Paulo de Sousa, Maurício Valente Ribeiro
produção Ukbar Filmes, Utopica Cine, Paulo de Sousa, Nicholas Oulman, MVR Produções
com o apoio de ICA, Ibermedia, RTP 
distribuição Midas Filmes

PORTUGAL - 2018 - 78' - p&b 


M/12