09 Janeiro 2015
Adeus à Linguagem de Jean-Luc Godard em exibição em 3D e 2D
Adeus à Linguagem de Jean-Luc Godard está em exibição de 8 a 14 de Janeiro, em exclusivo em 3D no UCI El Corte Inglés (Lisboa) e UCI Arrábida (Porto), continuando depois a estreia (em 2D) no Cinema Ideal, em Lisboa.

Adeus à Linguagem estreou mundialmente no Festival de Cannes, onde foi distinguido com o Prémio do Júri.

Luís Miguel OIiveira, no Público, dá-lhe 5 estrelas e destaca: que é " a primeira vez em que o 3D aparece como um processo livre, totalmente a inventar para além das fórmulas instantaneamente cansadas e protocolares com que a “grande indústria” o acolheu nos últimos anos. E de resto - já agora, aconselhamos a que o filme seja visto duas vezes, primeiro na versão 3D, depois na 2D - que maravilhosas são as cenas em que Godard aponta a sua câmara 3D para o exacto oposto daquilo para que têm apontado as câmaras 3D: mesas de pequeno almoço em vez de naves espaciais, estantes com livros em vez de armas sofisticadas, homens e mulheres comuns, frequentemente despidos, em vez de criaturas fantásticas."

Na Time Out, o filme tem 4 estrelas e André Santos sublinha que o filme tem de ser visto. "O uso de 3D por Godard vai além do carácter de experiência, embora ver o seu último filme seja de facto uma experiência como nenhuma outra no cinema. É um efeito que nos faz perder das imagens que vemos e que, frequentemente, questiona a nossa própria visão, a nossa percepção visual e a forma como o nosso cérebro compreende o que se passa uns metros à nossa frente. Só por isso, mas não só, Adeus à Linguagem é algo que tem de ser visto"

“a ideia é simples
uma mulher casada e um homem solteiro encontram-se
amam-se, discutem, separam-se
um cão erra entre a cidade e o campo
as estações passam
o homem e a mulher encontram-se outra vez
o cão entre eles
o outro é um
um é o outro
são três
o ex-marido estilhaça tudo
um segundo filme começa
o mesmo que o primeiro
e no entanto não
da espécie humana passamos à metáfora
acaba com o ladrar
e o choro de um bebé”

Jean-Luc Godard