10 Janeiro 2020
J’ACCUSE - O Oficial e o Espião novo filme de Roman Polanski estreia em Portugal a 30 de Janeiro em 30 cinemas
Desde que foi apresentado na competição do Festival de Veneza, em Setembro passado - festival de que sairia com o Grande Prémio do Júri - que o novo filme de Roman Polanski tem vindo a suscitar grande expectativa e polémica.

Sendo que a polémica sobre o próprio realizador e as acusações, velhas e novas, que lhe são dirigidas, tem vindo a ofuscar a importância do próprio filme.

Apesar disso, estreado em França, a 13 de Novembro, o filme já foi aí visto por mais de um milhão e meio de espectadores, sucesso que se tem vindo a repetir noutros países da Europa e do mundo.

Em Portugal, o filme tem agora a sua data de estreia anunciada para 30 de Janeiro, em 30 cinemas de todo o país, distribuído pela Midas Filmes.

Adaptação do romance do mesmo título de Robert Harris, O Oficial e o Espião (que será agora também reeditado em Portugal), o filme retoma o célebre caso Dreyfus – um oficial do exército, judeu, injustamente condenado por alta traição – e é uma obra incontornável e de tremenda actualidade e que confirma Polanski como um dos maiores realizadores do cinema contemporâneo..

Veja aqui o trailer

Como escreveu Vasco Câmara, no Público, aquando da consagração do filme em Veneza:
«Filme magnífico sobre o fim de um tempo, J’Accuse, sobre o “caso Dreyfus” que dividiu a França na passagem do século XIX para o século XX. Não é, de facto, um filme qualquer. Mas por outras razões: porque nem todos os filmes exibem esta determinação, esta potência e este foco narrativo. Polanski, recorde-se, tem 86 anos. Mas também será por isso que J’Accuse, filmado a partir do livro An Officer and a Spy, de Robert Harris, sobre o “caso Dreyfus”, o escândalo político-judicial que dividiu a França na passagem do século XIX para o século XX, exibe tanta sabedoria, prescindindo do acessório na reconstituição dos cantos de uma Paris sombria (magistral lição de economia de meios para todos os que se atrevem ao filme de época) e de um processo judicial, e no retrato de uma sociedade à beira da catástrofe e da instituição militar que a suporta, com a sua arrogância ruinosa, letal.
J’Accuse foi o título da célebre carta que Emile Zola publicou no jornal L’Aurore em 13 de Janeiro de 1898. Dirigindo-se ao presidente da República Francesa, Félix Faure, acusava membros do aparelho militar e do governo de terem sido cúmplices na forjada condenação por traição – por passagem de documentos classificados aos alemães – de um inocente, o oficial de artilharia judeu Alfred Dreyfus. Dreyfus foi degredado para a Ilha do Diabo, um inferno que consumiu dez anos da sua vida, até finalmente ser ilibado. O “caso”, que dividiu a sociedade de um tempo banhado em anti-semitismo, anunciou o que estava por vir no século XX, o Holocausto. Como diria Louis Garrel: o “caso Dreyfus” é uma história francesa que todos conhecem e que ninguém conhece.»


De uma modernidade arrebatadora e de uma actualidade que queima.
L’Express

Um filme cuja violência é subterrânea e cujo tema, o anti-semitismo, é mais actual do que nunca.
Le Nouvel Observateur

Um filme do lado do cinema, do lado da arte, um campo ao qual não é fácil juntarmo-nos nos dias que correm.
Libération