03 Junho 2019
SESSÃO ESPECIAL DO FILME A VIOLAÇÃO DE RECY TAYLOR APRESENTADA POR JOACINE KATAR MOREIRA, HISTORIADORA
A historiadora e fundadora e presidenta do INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal, Joacine Katar Moreira, apresenta a sessão especial do filme A Violação de Recy Taylor, de Nancy Buirski, na terça-feira, dia 4 de Junho, às 19h15, no Cinema Ideal. 


A Violação de Recy Taylor, de Nancy Buirski, está em exibição em Lisboa (Cinema Ideal) e Cascais (Cinema da Villa). O documentário imprescindível sobre uma mulher que ousou falar e denunciar os homens que a violaram será editado em DVD uma semana depois e estará disponível nos videoclubes dos operadores de televisão e na Filmin.

Em 2018, ao receber o prémio Cecil B. DeMille para a sua carreira, nos Golden Globe Awards, Oprah Winfrey fez um surpreendente discurso de aceitação em que falou de Recy Taylor, dizendo “é um nome que vocês também deviam conhecer. Durante demasiado tempo as mulheres não foram ouvidas nem acreditaram nelas quando ousaram contar a sua verdade”. 

Vítima de violação em 1944, por um grupo de seis jovens brancos armados, no Alabama, e que apesar da confissão de um deles saíram absolvidos do tribunal, Recy Taylor foi na altura contactada por uma então muito jovem activista de nome Rosa Parks (que muitos anos depois viria a ser figura decisiva no movimento pelos direitos cívicos dos negros americanos), mas o caso foi totalmente abafado.

Pouco antes deste discurso de Oprah Winfrey, Recy Taylor tinha falecido, aos 97 anos. Mas o seu exemplo, que este filme retrata de forma extraordinária, é tão actual hoje em dia como há 75 anos...

"Um filme que apela ao nosso entendimento, ao enquadramento social e histórico, aos sedimentos que cimentam mentalidades, preconceitos, vínculos." Jorge Leitão Ramos, Expresso

“O que se afigura notável no filme de Buirski, para além de expor com um lirismo pesado a memória dramática relatada na primeira pessoa, é o modo como a voz de Recy Taylor acaba por crescer como um coro da condição da mulher negra na paisagem angustiante da América sulista.” Inês Lourenço, DN