29 Abril 2015
TIMBUKTU, o magnífico novo filme de Sissako, estreia a 28 de Maio
Timbuktu, o novo filme de Abderrahmane Sissako, que estreou internacionalmente no Festival de Cannes foi nomeado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e arrebatou os César, estreia a 28 de Maio em Portugal.

O filme estará em exibição nos cinemas Ideal e Monumental (em Lisboa) e no cinema UCI Arrábida, no Porto.

Um filme comovente e de cortar a respiração sobre a resistência à propagação dos fundamentalismos. Timbuktu foi nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e venceu os César de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original (Abderrahmane Sissako, Kessen Tall), Melhor Música Original (Amine Bouhafa), Melhor Som (Philippe Welsh, Roman Dymny, Thierry Delor), Melhor Fotografia (Sofian El Fani) e Melhor Montagem (Nadia Ben Rachid).

Não muito longe de Timbuktu, agora governada por fundamentalistas religiosos, Kidane vive no deserto com a mulher Satima, a filha Toya e Issan, o pastor de doze anos.
Na cidade, as pessoas sofrem com o regime de terror imposto pelos fundamentalistas. A música, o riso, os cigarros e o futebol foram banidos.
As mulheres tornam-se sombras mas resistem com dignidade.
Todos os dias, os tribunais improvisados decretam leis e sentenças absurdas e trágicas.
Kidane e a família têm sido poupados ao caos que reina em Timbuktu. Mas o seu destino muda quando Kidane mata acidentalmente Amadou, o pescador que matou GPS, a vaca preferida da sua manada. Kidane terá então de enfrentar as leis dos ocupantes fundamentalistas.

Sissako conta que a sua inspiração para o filme foi um acontecimento em 2012 no Mali que foi largamente ignorado pelos media. Um casal de trinta e poucos anos, com duas crianças, fora lapidado. O crime de que foram acusados: não serem casados. O vídeo da sua morte, horrível, foi colocado online pelos perpetradores. Aguelhok, a vila onde aconteceu no Mali, não é Terrão nem Damasco e por isso, segundo Sissako, nada se disse sobre o assunto, mas o realizador não conseguiu ficar indiferente e espera que nunca mais uma criança seja obrigada a testemunhar o assassínio dos pais apenas porque se amavam e o fundamentalismo não pára de alastrar.